Os primeiros habitantes do então povoado Bahuru, município de Espírito Santo de Fortaleza, na Serra dos Agudos, serviam-se, a partir de 1850, das águas do Ribeirão Bauru e do Córrego das Flores (canalizado posteriormente sob a atual Avenida Nações Unidas).
Por volta de 1911, com a chegada da energia elétrica na já emancipada Bauru, que já era portadora do entroncamento ferroviário (Estradas de Ferro Sorocabana, Noroeste e Cia. Paulista), foi colocado em prática o projeto do engenheiro da Noroeste do Brasil, Sylvio Saint Martin, para a construção do primeiro serviço de abastecimento de água no município.
Em 1912, o prefeito da época, José Carlos de Freire Figueiredo, iniciou efetivamente o abastecimento, construindo o primeiro reservatório de água na cidade, na esquina das Ruas Antônio Alves e Cussy Júnior (antiga sede do Bauru Tênis Clube).
Os serviços foram explorados por aproximadamente cinco anos pela Companhia de Águas e Esgotos de Bauru, posteriormente encampados pela administração municipal.
No início da década de 1920, objetivando melhorias no fornecimento de água em Bauru, os serviços foram concedidos pelo então prefeito Octávio Pinheiro Brisola à firma “Barros, Oliva & Co. Ltd.” de São Paulo, para o aproveitamento do córrego da Vargem Limpa.
Com Getúlio Vargas na presidência e várias turbulências na política, os serviços de água na cidade retornaram à municipalidade.
Durante a gestão do prefeito Ernesto Monte (1938-1947) foi expandido o abastecimento no município, com novas ligações e encanamentos, além da utilização de poços artesianos da Companhia Antarctica Paulista e de caminhões-pipas nos momentos críticos de falta de água.
No dia 19 de abril de 1942 o serviço de Captação de água da Vargem Limpa foi desativado, dando lugar à Captação do Rio Batalha e à Estação de Tratamento de Água, que atualmente produz aproximadamente 520 litros de água por segundo.
Desde a da Lei nº 1.006, de 24 de dezembro de 1962, regulamentada pelo prefeito Irineu Bastos, a autarquia denominada Departamento de Água e Esgoto de Bauru (DAE) passou a ser o órgão municipal responsável por gerir, administrar e desenvolver os serviços públicos de água e esgoto na cidade.
A primeira perfuração pública de poço profundo na cidade ocorreu em 1969, no mandato do prefeito Alcides Franciscato (1969-1973), na Alameda do Ipê, no Parque Vista Alegre, chamado de “Poço Garrafa”.
No ano seguinte (1970), foram inauguradas as novas Estações de Captação do Rio Batalha e de Tratamento de Água (ETA), em funcionamento até os nossos dias.
Bauru possui hoje 34 poços profundos (mananciais subterrâneos), sendo 28 poços em diversos bairros, um no distrito de Tibiriçá e outro poço na Captação do Batalha, além da Estação de Tratamento de Água. Essas unidades produzem mais de 2.000.000 m3/mês e abastecem em torno de 62% da população. A Captação do Batalha (manancial superficial) é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 38% dos bauruenses.
O DAE possui atualmente para a reservação da água 57 reservatórios. Cem por cento da cidade é abastecida por água tratada.
Fontes
Arquivo da Divisão de Produção de Água do DAE; Carlos Fernandes de Paiva (Narrativas sintéticas dos fatos que motivaram a Fundação de Bauru – 1975); Gabriel Ruiz Pelegrina.